quarta-feira, 1 de abril de 2009

Vendo o Invisível e Black-box

Como professor de computação eu muitas vezes senti a necessidade de estimular os meus alunos a desenvolver um raciocínio lógico aplicado à resolução de problemas. Como professor de introdução ao trabalho científico eu sempre achei essencial que meus alunos entendessem como a ciência opera, tirando conclusões a partir do raciocínio sobre um conjunto de evidências. Nestes dois contextos o jogo Black-box tem sido um grande aliado. Criado por Eric Solomon na década de 70, o jogo se inspirou na tecnologia da tomografia computadorizada. A forma original de como o comportamento do raio-x, colidindo com a matéria em diversos ângulos, produzia as imagens internas do corpo humano, despertou a criatividade de Eric, que resultou neste jogo muito interessante.
Trata-se de um jogo onde você deve descobrir a posição de partículas ocultas, a partir do disparo de raios. Além do desenvolvimento do raciocínio lógico, exigido pelo jogo, o jogador vai sistematizando mentalmente estratégias que podem ser aplicadas em cada tipo de situação. Isto reproduz a forma como vamos nos aperfeiçoando na resolução de problemas do dia a dia. Acho muito interessante estimular grupos de jogadores a compartilhar estratégias pessoais para o jogo, pois este compartilhamento implica em um empenho pessoal para externalizar e formalizar o raciocínio. Isso permite perceber que, no processo de resolução de problemas, é possível se sistematizar estratégias, combiná-las e aperfeiçoá-las, inclusive coletivamente.
Para contextualizar o jogo, produzi este vídeo onde falo sobre raio-x e tomografia computadorizada. Este vídeo tenta conduzi-lo por uma seqüência de idéias que resultam na compreensão de como funciona a tomografia.


Fiz este segundo vídeo onde apresento a lógica básica de funcionamento do jogo. Não me aprofundei muito para não estragar a parte mais importante do jogo: que o jogador desenvolva as próprias estratégias.


Abaixo apresento a lista de uma seleção de versões do jogo gratuitas e os respectivos comentários:
Black Box 1 – É a versão que eu prefiro do jogo; simples e bem produzida. Foi utilizada no vídeo.
Black-box cristais – Esta versão roda como DOS no computador e por isso toma a tela inteira. Apesar de não seguir rigorosamente o formato original, acho que o uso da metáfora dos cristais nesta versão deixa mais claro o comportamento de desvio dos raios.
Black-box applet – Esta roda diretamente no navegador, mas é bem simples. Não tem os gráficos e efeitos das demais. Entretanto, ela pode ser interessante para uso pedagógico se a intenção é trabalhar com o raciocínio abstrato e formalização de conhecimento, pois esta versão apresenta essencialmente números e símbolos.
Aargon BlackBox 1.0 – Variante sofisticadíssima que é inspirada no Black-box. Esta edição possui variedades de canhões e espelhos. Está disponível gratuitamente em versão demo, que já dá para fazer um monte de coisas.

2 comentários:

  1. Parabéns !!!
    Fiquei aqui imaginando que maravilha seria nossas escolas se os professores tivessem um tipo de didática similar a sua.
    Um blog pra lá de interessante. Uma pena que desistiu de postar. Mas também entendo.

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