Como professor de computação eu muitas vezes senti a necessidade de estimular os meus alunos a desenvolver um raciocínio lógico aplicado à resolução de problemas. Como professor de introdução ao trabalho científico eu sempre achei essencial que meus alunos entendessem como a ciência opera, tirando conclusões a partir do raciocínio sobre um conjunto de evidências. Nestes dois contextos o jogo Black-box tem sido um grande aliado. Criado por Eric Solomon na década de 70, o jogo se inspirou na tecnologia da tomografia computadorizada. A forma original de como o comportamento do raio-x, colidindo com a matéria em diversos ângulos, produzia as imagens internas do corpo humano, despertou a criatividade de Eric, que resultou neste jogo muito interessante.
Trata-se de um jogo onde você deve descobrir a posição de partículas ocultas, a partir do disparo de raios. Além do desenvolvimento do raciocínio lógico, exigido pelo jogo, o jogador vai sistematizando mentalmente estratégias que podem ser aplicadas em cada tipo de situação. Isto reproduz a forma como vamos nos aperfeiçoando na resolução de problemas do dia a dia. Acho muito interessante estimular grupos de jogadores a compartilhar estratégias pessoais para o jogo, pois este compartilhamento implica em um empenho pessoal para externalizar e formalizar o raciocínio. Isso permite perceber que, no processo de resolução de problemas, é possível se sistematizar estratégias, combiná-las e aperfeiçoá-las, inclusive coletivamente.
Para contextualizar o jogo, produzi este vídeo onde falo sobre raio-x e tomografia computadorizada. Este vídeo tenta conduzi-lo por uma seqüência de idéias que resultam na compreensão de como funciona a tomografia.
Fiz este segundo vídeo onde apresento a lógica básica de funcionamento do jogo. Não me aprofundei muito para não estragar a parte mais importante do jogo: que o jogador desenvolva as próprias estratégias.
Abaixo apresento a lista de uma seleção de versões do jogo gratuitas e os respectivos comentários:
Black Box 1 – É a versão que eu prefiro do jogo; simples e bem produzida. Foi utilizada no vídeo.
Black-box cristais – Esta versão roda como DOS no computador e por isso toma a tela inteira. Apesar de não seguir rigorosamente o formato original, acho que o uso da metáfora dos cristais nesta versão deixa mais claro o comportamento de desvio dos raios.
Black-box applet – Esta roda diretamente no navegador, mas é bem simples. Não tem os gráficos e efeitos das demais. Entretanto, ela pode ser interessante para uso pedagógico se a intenção é trabalhar com o raciocínio abstrato e formalização de conhecimento, pois esta versão apresenta essencialmente números e símbolos.
Aargon BlackBox 1.0 – Variante sofisticadíssima que é inspirada no Black-box. Esta edição possui variedades de canhões e espelhos. Está disponível gratuitamente em versão demo, que já dá para fazer um monte de coisas.
Interessante, vou testar.
ResponderExcluirParabéns !!!
ResponderExcluirFiquei aqui imaginando que maravilha seria nossas escolas se os professores tivessem um tipo de didática similar a sua.
Um blog pra lá de interessante. Uma pena que desistiu de postar. Mas também entendo.