segunda-feira, 3 de março de 2014

Fugitive beauté

À une passante em francês/português e referências da imagem
“Un éclair… puis la nuit ! — Fugitive beauté”

A primeira vez que ouvi À une passante sendo narrado eu mal começava a tentar aprender francês. Não era capaz de entender as palavras, mas havia alguma coisa na melodia das palavras que me capturou.

Tentei apelar para traduções, mas foi inútil. Elas capturavam parte do sentido, mas não a cadência e a melodia. A poesia não acontecia em língua estrangeira. Decidi escutar a narração dezenas de vezes, até que meus ouvidos fossem capazes de entrar na angústia e contemplação de Baudelaire, ao dizer Fugitive beauté.

Em italiano se diz “traduttore, traditore” (tradutor, traidor), para expressar a impossibilidade de se traduzir. Sinto muito, mas se você quiser acompanhar Baudelaire no paraíso inalcançável que repentinamente cruza a sua rua, terá que fazê-lo em francês.

Dou minha contribuição colocando o poema À une passante (A uma passante) na minha página e esta referência para uma excelente narração em francês feita por Camille Chevalier-Karfis.

Ok, ok, eu sou um traidor! Eu fiz uma tradução do poema para o português com minha mãe (a maior parte ela). Queria atrair possíveis leitores e não gostei das traduções que encontrei. De qualquer modo, a tradução tenta se aproximar do sentido, sacrificando a cadência e melodia do francês. A tradução, portanto, não tem a intenção de substituir a leitura da versão em francês, mas só dar um gostinho inicial (pensou que escaparia fácil!).