
A Sangue Frio de Truman Capote não pode ser reduzido a um "livro de assassinato". É um livro sobre a vida, invocada de volta das cinzas por uma descrição magistral da rotina diária de Holcomb. Mas é também uma porta que bate na cara, encerrando a trilha da vida sem aviso prévio. Sussurrando em seu ouvido, a morte não tem planos.
Capote conduz este livro com competência. Ele me pôs por detrás de diversos olhos, começando pelos habitantes da tranquila Holcomb, sua rotina e expectativas, seus sofrimentos e alegrias. O mundo é Holcomb. Eu posso senti-los, eu posso entendê-los e viver suas vidas. Mas há também as vidas de Dick e Perry, os assassinos. Paulatinamente Capote o leva para as suas mentes e visões de mundo, desde o princípio. Ele projetou a estória como um encontro de vidas e a explosão que transborda para todos os lados, a família, os conterrâneos, os forasteiros. Um prisma de centenas de estórias.
O horror do encontro entre mundos e a saga para encontrar uma explicação, uma consolação, um motivo para esquecer, perdoar e retornar à vida.
Anates volare ...
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